Cinco músicas que poderiam ser Discos
Às vezes, nos deparamos com faixas que trazem tantas variações dentro delas que nos dá a impressão de que cada um de seus momentos poderia se desenvolver melhor como uma música de um EP. Separei cinco canções que, de uma maneira ou de outra, nos jogam para diversos lados desde o primeiro até seu último segundo. Aproveite o espaço de comentários lá embaixo para contar que outras músicas poderiam ter um disco feito só a partir delas.
Queen – Bohemian Rhapsody
Não teria como não citar a música mais icônica da carreira de Freddie Mercury e seus comparsas. Como o nome indica, a canção é feita como uma rapsódia, um gênero dramático de um só movimento com diversas variações de intensidade ao longo da narrativa. Além de ter um videoclipe excelente, ela possui momentos distintos o suficiente para gerar um disco, ou mesmo uma peça.
Grizzly Bear – Sleeping Ute
Em menos de cinco minutos, a primeira faixa divulgada do novo disco da banda, Shields, é de cair o queixo não apenas por sua altíssima qualidade (o que já a colocaria facilmente em muitas listas de melhores do ano), mas também por sua multiplicidade de momentos, que começam variando sutilmente até chegar ao fim e você ter a impressão que foi atropelado por uma avalanche de diversas músicas.
Fleet Foxes – The Shrine/An Argument
O título já denuncia que estamos diante de uma canção múltipla. A surpresa vem quando você descobre que a música tem muito mais do que dois momentos distintos, todos com uma carga emocional que poucas bandas conseguem fazer. Como se não bastasse, a banda caprichou muito no clipe de The Shrine/An Argument, uma animação que acompanha bem essas mudanças todas, sem perder sua identidade – exatamente o que um bom disco sabe fazer.
Saint Motel – Daydream/Wetdream/Nightmare
Conheci a Saint Motel faz relativamente pouco tempo e sempre que me deparo com esta faixa, sou relembrado da qualidade do som da banda. Assim como a do Fleet Foxes, ela deixa claro desde o título que é uma música plural e seus três momentos são muito bem definidos. Juntos, eles formam um tríptico muito bom de se ouvir.
Sufjan Stevens – Impossible Soul
Em toda sua complexidade, o álbum The Age of Adz tem como última faixa o que mais parece um “disco-bônus”, já que Impossible Soul tem incríveis 25 minutos e meio. Mas, não se engane, escutá-la pode ser qualquer coisa, menos uma experiência tediosa. Sufjan soube criar uma obra que desdobra o máximo que pode de sua estrutura e do refrão “Boy, we can do much more together” sem cansar o ouvinte e sem descaracterizar a música. Genial. E, mais do que qualquer outra da lista, esta tem até mesmo a duração de um EP – agora, só falta prensar os discos.
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Além de “Impossible Soul”, o Sufjan também tem “Djohariah”, do EP All Delighted People”, com seus incríveis 17 minutos e uma beleza que só. Outra que tem umas faixas assim é a Joanna Newsom, como “Only Skin” ou “Baby Birch”, que começa quase voz e harpa e acaba cheia de ritmos, num crescendo lindo. 🙂
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