Zahara: A Pareja que Me Intoxicou

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Às vezes, enfiando o nariz onde não fomos chamados, é que descobrimos grandes coisas. Pois é. Eu estava feliz e contente fazendo uma pesquisa ma-ra-vi-lho-sa sobre música latina, que deu excelentes frutos e rendeu ótimas descobertas, além de uns rodopios no tapete da sala. Mas eis que no meio de tudo aquilo surge a pequena e doce voz de uma espanholita sensacional… não me contive… tive que ver a discografia inteira. E adivinha só o que aconteceu: me apaixonei loucamente e passei uma semana ouvindo non-stop Zahara e me inebriando com sua “pareja toxica”.

Zahara é uma cantora e compositora indie de uma cidade minúscula chamada Ubeda, de onde nada poderia sair. Mas as melhores coisas saem dos lugares mais inesperados. E se a crítica detestar, pode ter certeza que é satisfação garantida. Se você ainda duvida que coisas sensacionais podem sair de lugares pequenos, experimente fazer uma rápida pesquisa wikipediana sobre Pindamonhangaba, por exemplo. Você vai descobrir que o “parabéns pra você” – isso mesmo, a música que todo mundo canta em festinha de criança – vem de lá.

Mas, voltando a Zahara, surpreendentemente, você descobrirá que A pareja toxica foi um disco detestado pela crítica. Uma de suas músicas, mesmo assim, virou filme (você pode conhecer o projeto aqui: www.lamujeramerica.com) Foi, coincidentemente, a primeira música que escutei de Zahara.

O odiado disco é, na minha modesta opinião, um dos melhores discos de indie rock dos últimos tempos, não porque tenha uma música em particular que seja absurdamente incrível, mas porque o disco é uma delícia de ouvir do começo ao fim, daquelas coisas que entram no repeat e a gente não percebe.

A pegada de Zahara me lembra um pouco Julia Stone, mas menos chorona e mais punk. E a música cantada em espanhol, me surpreendeu mais ainda. Sabe por que me surpreendeu? Bom, porque eu odeio a língua espanhola. De verdade. Acho um saco! Eu aprendi inglês, francês e italiano. Mas sempre achei espanhol um porre. Até começar a ouvir essa mocinha, eu achava a voz das espanholas estridente, esquisita… mas esse particular esquisito de Zahara, sua peculiaridade, me cativou de uma maneira muito abrupta. Me pegou de sopetão e me levou embora, para sons desconhecidos e deliciosos.

O bom do espanhol é que a gente não precisa falar muito bem a língua para entendê-la, já que se assemelha muito ao português. Assim, mergulhei também nas letras fantásticas e no mundo levemente psicodélico dessa menina que se infiltrou nos meus ouvidos como um ótimo veneno de sereia que primeiro seduz e depois afoga.

Se você quer dar mais uma fuçada no que ela apronta: www.zaharapop.com/

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