Rafael Damasceno: MPB e Samba no disco de estreia

 

Após ter lançado o primeiro material em 2010, o EP Presente, o músico baiano Rafael Damasceno lançou o primeiro álbum da sua carreira musical solo em outubro deste ano.

Com oito músicas no álbum, o músico lança o CD com o apoio do Pró-Cultura, um programa de incentivo financeiro cultural do município de Feira de Santana.

Não sou a favor de intitular as bandas, mas nota-se um resquício de Jorge Ben Jor, Marcelo D2 (Talvez o samba/rock!) e até Los Hermanos. Confira a entrevista que fizemos com o músico baiano e aproveite para baixar o álbum gratuitamente no www.rdamasceno.com.br

MP: Como você ingressou na música?

Rafael: Apesar de ser uma frase clichê, o interesse pela música surgiu desde cedo. Ouvia-se muito vinil lá em casa quando criança, o que me abriu a mente para conhecer a nossa música. Discos de João Gilberto, Vinícius de Moraes, Fagner, Belchior, Chico Buarque, sempre estavam tocando por lá. Na juventude, ganhei de presente um violão usado de um primo meu. Nele aprendi a dar os primeiros acordes. A partir daí, estabeleci uma relação com esse instrumento e a vontade de tocar as canções que ouvia foi aumentando. Paralelo a isso, comecei a rabiscar as primeiras composições, sempre colocando no papel o mundo ao meu redor. E assim sigo até hoje.

MP: Este é o primeiro trabalho solo?

Rafael: Não. No final de 2010, lancei um EP intitulado Presente, que continha quatro canções. Esse trabalho tinha uma característica bem intimista, que retrava o início da minha carreira e nessa época a influência “voz & violão” era muito forte. Já novo esse CD desenvolvo uma perspectiva musical mais ampla do que a eu propunha anteriormente. Experimentei novas sonoridades, deixei minhas influências musicais mais evidentes e trabalhei bastante o meu lado compositor, além de firmar muitas parcerias adquiridas durante os anos.

MP: Há influências claras de samba/rock, soul music, e esta foi a intenção? São suas reais influências?

Rafael: Não gosto de ficar preso a estilos, pois acho que todo artista tem que ter a mente aberta para novas possibilidades sonoras. O samba, o rock, o blues, a soul music, os ritmos de matrizes africanas, são estilos musicais que me agradam muito. Quando me questionam sobre o meu estilo, costumo definí-lo como World Music, porque não fico rotulado a um padrão. Na verdade, gosto de experimentar e deixar a música fluir. É tudo muito natural. Mas, evidentemente, artistas como Jorge Ben Jor, Lenine, Zeca Baleiro, Belchior, Los Hermanos, Martinho da Vila, Gilberto Gil, Jackson do Pandeiro, Tom Zé, Novos Baianos, etc., estão subliminarmente presentes no meu som.

MP: Quais foram os músicos que trabalharam com você no disco? São profissionais que te seguirão nos palcos?

Rafael: Além dos músicos que já compõem a banda-base e me acompanham: Kelinho Nunes – bateria, Danilo Vital – contrabaixo, Gilmar Araújo – guitarras, Levi Miranda – metais – Daniel Nunes – teclados, também marcam presença neste trabalho o produtor musical e multi-instrumentista Mikael Mutti, indicado ao Oscar junto com Carlinhos Brown e Roberto Mendes com a canção Real In Rio da animação Rio (nas faixas Casulo e Egeu), o músico Deco do Cavaco, do Harmonia do Samba (na faixa A Cor da Situação), a cantora Aiace, do grupo Sertanília (na faixa Sendo Assim), além da parceria do poeta de Uauá Zecalu (nas faixas Nação Non Sense e Aos Incomodados Que Se Iludem).

MP: Tem alguma faixa do seu álbum que você gosta de destacar mais?

Rafael: É difícil escolher porque me dediquei muito a cada música. Mas eu destacaria Sendo Assim, que foi a primeira faixa divulgada do disco. Conta com a participação de Aiace, vocalista do grupo Sertanília, e traz uma sonoridade diferenciada a esse novo álbum. É uma canção que gosto bastante.

MP: Ele foi produzido de maneira totalmente independente?

Rafael: A gravação desse cd teve o apoio do Pró Cultura, um programa de incentivo financeiro cultural do município de Feira de Santana. Mas toda a produção e processo de divulgação é independente.

MP: Como está a sua agenda? 

Rafael: Como o disco saiu há pouco tempo, ainda estamos estabelecendo contatos e atualizando a agenda de apresentações, mas fiz o show de lançamento no dia 19 de Outubro e participo no dia 2 de Novembro do Feira Noise Festival, o maior Festival de Música Independente e Arte Integrada do interior baiano.

MP: O que espera para 2013 na sua vida musical?

Rafael: Esse projeto foi concebido com a perspectiva digital e de livre acesso, tanto que disponibilizo as canções de forma gratuita. Foi montada uma estratégia digital que vai desde o site às redes sociais. Com isso, o meu objetivo para 2013 é que minha música consiga se propagar por novos espaços e atingir novas pessoas, tocando e fazendo shows e apresentações desse trabalho.

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