Faixa a Faixa: Tame Impala – “Currents”

Tame-Impala-Currents

Para o choque de alguns e deleite de outros, Kevin Parker e seu Tame Impala decidiram abraçar mais elementos eletrônicos em seu terceiro disco, Currents. Fica a critério do ouvinte decidir se uma mudança dessas interfere na maneira de absorver a música da banda ou não.

Entre os colaboradores do Música Pavê, parece haver um consenso de que o grupo acertou em cheio em mais uma obra honesta nas letras e rica na sonoridade. É a conclusão que chegamos após vermos todos os comentários neste faixa a faixa.

1. Let It Happen

Let it Happen é a música do álbum que conhecemos há mais tempo, mas ganhou novas “funções” e “responsabilidades” como abre-alas do disco. Seus quase oito minutos podem soar como pretensão à primeira vista, mas é uma duração que passa rápido graças a todas as trajetórias sonoras que a música propõe, e olha que é uma letra sobre resignação. Se Let it Happen mostra que Tame Impala continua sendo a banda que conhecemos, também mostra que Kevin Parker e sua trupe estão indo cada vez mais longe em suas viagens sonoras. E quando a música “quebra” lá pelos quatro minutos, fica impossível não imaginar como deve ser catártico esse momento ao vivo. Ou seja, uma primeira música que ao mesmo tempo te convence a ficar quieto e ouvir o resto do álbum, mas já ir arrumando as malas pra ver o show da banda mais próximo da sua casa. (Luis Gustavo Coutinho)

2. Nangs

Tame Impala nos transporta com a sua psicodelia para diversos mundos, já que, como de costume, o requinte musical que a banda coloca torna plural qualquer interpretação que podemos sugerir sobre o tipo de som feito. Nangs é o mergulho no mar, é o corte seco de uma cena memorável anterior, é o respiro necessário para um grande momento. (Rômulo Mendes)

3. The Moment

Sem perder a guitarra distorcida e o sintetizador como elemento principal no som, Tame Impala incluiu neste disco umas influências eletrônicas. Nesta música, vemos bem clara a intenção da banda de fazer o público dançar. (Marcel Marques)

4. Yes, I’m Changing

Já reparou como, desde o primeiro disco, Kevin Parker e sua gangue sempre escolhem títulos para as músicas que revelam a sinceridade do conteúdo de suas letras? A balada Yes, I’m Changing não é exceção e já vem meio pedindo desculpas, meio se explicando desde que você lê seu nome. Quando ela chega no disco, não se esquece de trazer toda a melancolia no tema (um relacionamento que enfrenta o impasse da natural mudança que o indivíduo passa) e nos agudos do vocal. Inebriante, perfeita para várias ocasiões. (André Felipe de Medeiros)

5. Eventually

Eventually é uma canção muito incrível. É como se ela fosse inúmeras referências musicais de várias décadas colada em uma só canção. Há muita década de 90, psicodelia e um recorte interessante dos anos 80. (Guilherme Canedo)

6. Gossip

É a introdução perfeita para a próxima faixa, The Less I Know the Better, que considero a melhor do álbum. Gossip é o ruído do silêncio em descompasso consigo mesmo, em sua mais perfeita aparição. 55 segundos provando que Tame Impala é demais. (Rômulo Mendes)

7. The Less I Know The Better

Uma boa faixa pra comprovar a incrível capacidade de Kevin Parker pra compor boa música pop, se você ainda não se convenceu disso depois de três álbuns de Tame Impala. Por baixo do falsete e mil camadas sonoras, estão um oceano de melodia e ganchos grudentos que vão fazer você ficar cantarolando por dias. É um dos momentos mais diretos dentro de um álbum cheio de idas e vindas psicodélicas, e também parece ter sido tão pensada pra shows quanto pro disco. (Luis Coutinho)

8. Past Life

Uma voz distorcida e grave – digna de um robô vilão de filme – comanda o vocal desta música, como se fosse uma voz do além mesmo, e o refrão pegajoso repete-se infinitas vezes. Mesmo tudo isso soando estranho, o conjunto de elementos na harmonia faz que com seja um som fora do padrão, mas muito interessante. (Marcel Marques)

9. Disciples

Esta curta canção vai te levar de volta aos anos 80. Com um ritmo animado, a música parece falar sobre um relacionamento que está chegando ao final. A canção é da perspectiva de uma das pessoas envolvidas e revela que a heartbreaker é quem está sofrendo com o término. (Carolina Reis)

10. Cause I’m a Man

Para mim, essa é a melhor canção do álbum, é uma balada com um refrão instigante. Cause I’m A Man foge dos estereótipos e, ao mesmo tempo, que tenta ser afirmativa com seu nome, ela é reveladora ao buscar igualdade de gênero. (Guilherme Canedo)

11. Reality in Motion

Por falar em refrão, prepare-se para mais um que fica na sua cabeça por bastante tempo, por mais simples que ele seja. É uma das faixas que mais me lembram trabalhos anteriores da banda, embora não tenha como negar que ela possui o DNA de Currents em cada segundo de música. Dificilmente será a favorita de alguém, mas vai saber agradar sempre que tocar. (André Felipe de Medeiros)

12. Love/Paranoia

Pra compensar, Love/Paranoia é uma baladona um tanto diferente de muito do que a banda apresentou nos últimos anos. Por outro lado, a honestidade da letra, sobre as inseguranças que vem da entrega em um relacionamento, reforça a identidade lírica que Tame Impala vem construindo. (André Felipe de Medeiros)

14. New Person, Same Old Mistakes

Logo de cara, o nome da canção já chama atenção: Uma nova pessoa que comete os mesmo erros, um sentimento com o qual muitas pessoas podem se relacionar. A canção segue a mesma vibe psicodélica e a letra me lembra uma batalha interna, em que a pessoa quer fazer o que bem entender, mas o seu subconsciente (e suas inseguranças) podem acabar falando mais alto. O personagem quer amar, mas sua mente está com medo de fazer os mesmo erros. Uma canção que muitas pessoas podem se relacionar, e uma verdadeira trip. (Carolina Reis)

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