Faixa a Faixa: Lorde – “Melodrama”

Foram quase quatro anos entre os lançamentos de Pure Heroine e seu segundo álbum, Melodrama, tempo no qual Lorde passou de uma grande promessa adolescente na música pop a uma artista de 20 anos firme em sua estética, discurso e, como percebemos no disco, alta qualidade musical.

A obra narra em primeira pessoa as impressões sentimentais de uma noite em festa com amigos, na qual tudo é efêmero, dos romances à felicidade, passando até pelas amizades, com ênfase na solidão resultante dessa dinâmica.

Para que você desfrute ainda mais do disco – já um dos melhores do ano, quiçá da geração -, a equipe Música Pavê comenta agora cada uma de suas faixas.

Green Light

Lorde já começa o novo álbum com um de seus fortes: as letras imagéticas e intensas. Pra acompanhar, uma maturidade vocal que entende a potência de um sussurro ao mesmo tempo em que explora batidas pop sem medo de ser feliz, no seu refrão mais radiofônico desde Royals” (Nathália Pandeló)

Sober

“Pra mim, uma das melhores músicas do disco. Sober é daquelas faixas pra deixar no repeat. Ela não precisa de uma batida intensa pra explodir, pelo contrário, é contida na precisão certa pra te prender mais na história que Lorde canta. Tem uma letra que muitas pessoas da geração da cantora neozelandesa consegue se identificar” (William Nunes)

Homemade Dynamite

“Toda noite parece seguir o mesmo script quando você se sente na obrigação de participar da dinâmica da ‘diversão obrigatória’, esse ter que fazer tais coisas por ser jovem. A cantora não reclama – muito pelo contrário – e aproveita para curtir a noite enquanto ajuda o pessoal a atualizar suas cartilhas com um pequeno manualzinho para paquerar na balada” (André Felipe de Medeiros)

The Louvre

“Sabe aquela música que você consegue imaginar um vídeo clipe bem filme indie? The Louvre traz bem isso. A energia das aventuras dos jovens, a descoberta de sentimentos novos e de um amor que está florescendo dentro de uma amizade. Sinto que Lorde canta a música com uma timidez charmosa, como se tivesse se declarando pela primeira vez. Na música, Lorde diz para usar a batida do seu coração para fazer todos dançarem e é exatamente isso que faz com suas música em seu novo álbum. Ela derramou seus sentimentos em todas as canções e vamos acabar todos dançando ao beat” (Carolina Reis)

Liability

“Esqueça as batidas por um instante. A música mais emocionada do disco veio com a voz acompanhada apenas do piano para um registro carregado de sentimentos de rejeição, introspecção e uma certa dose de autocomiseração resultante dos dois primeiros. Pouco radiofônica, pelos momentos vazios de som e pela métrica, tem tudo para ser o hino melancólico de toda uma geração lado-B” (André Felipe de Medeiros)

Hard Feelings/Loveless

“Talvez seja a faixa mais complexa de Melodrama. Hard Feelings ganha seus elementos aos poucos, trazendo uma camada diferente em cada verso. O refrão é bem marcante e a letra parte para um lado confessional. Loveless pode ser encarada como um bônus da primeira. Embora não tenham muita conexão na sonoridade, essa parte da letra vem como um desabafo que pode fazer todo sentido” (William Nunes)

Sober II (Melodrama)

“A faixa que batiza o álbum dá um passo para o lado no ‘pé-na-jaca’ da balada para comentar justamente a sensação pós-festa, quando os efeitos químicos já foram embora. Com apenas três minutos de duração, ela vem e argumenta sobre como esse êxtase é fugaz, agressivo e até mesmo teatral, com ajuda da repetição ‘we told you this was melodrama’ para enfatizar a ideia” (André Felipe de Medeiros)

Writer in the Dark

Writer in the Dark faz jus ao título do álbum, Melodrama. Mas, não me entenda mal, o drama ao qual me refiro não soa pejorativo aqui. Lorde usa da melhor forma, tanto na letra quanto na maneira de cantar. É uma faixa bem intimista, com piano e camadas de vozes durante todo o tempo e, mais uma vez, um refrão grudento” (William Nunes)

Supercut

“Tudo o que sobra, sempre, é memória. Podem ser lembranças detalhadas e alongadas, às vezes floreadas pelas boas intenções da nossa mente, ou apenas um videoclipe com tudo o que aconteceu condensado em poucas cenas, como a música narra. Aproximand0-se do fim do disco, a faixa volta ao clima animado, como se em preparação para sair novamente e fazer novas memórias” (André Felipe de Medeiros)

Liability (Reprise)

“Sem o piano e em uma ambientação eletrônica, Lorde retoma o tema de Liability não só como um efeito dramático no clímax do disco, mas para registrar os efeitos da vida com intensos altos e baixos, às vezes no mesmo dia, que a adolescência e a pós-adolescência insistem em ter” (André Felipe de Medeiros)

Perfect Places

“Talvez a canção pop mais convencional do disco, ela está posicionada ali para emendar em um repeat com Green Light e elevar o clima introspectivo a um lugar com muitas vozes no refrão, clima moderadamente dançante e a vontade de pedir mais um drink” (André Felipe de Medeiros)

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