Entrevista: Troco em Bala

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Troco Em Bala é uma banda que surgiu em Maceió, Alagoas, e que acaba de lançar o seu primeiro álbum cheio: Agreste. O grupo é formado por Bruno Berle, Julia Soares, Lucas Marques e Filipe Mariz.

O disco, com oito músicas no total, foi dividido em duas partes e traz duas releituras de faixas que estiveram no EP de estreia. Devido à divisão conceitual de Agreste, Troco Em Bala apresenta abordagens distintas, mas que, mesmo assim, conversam entre si.

Recentemente, a banda também divulgou o clipe de Homenzinho, primeiro single de Agreste. Conversamos com Julia sobre este disco de estreia.

Música Pavê: Como foi o processo de produção do álbum?

Julia Soares, Troco em Bala: Começamos a nos mobilizar para gravar em abril de 2014, contratamos o Rafa e gravamos as baterias em um dia no Estúdio Mídia, onde o Filipe trabalhava como produtor. Foi tudo muito fácil com ele.  Ao mesmo tempo, meu pai estava construindo uma sala aqui em casa e o Filipe trouxe os equipamentos, pedimos alguns amplificadores emprestados e ficamos um final de semana todo só nas cordas. Depois de um tempo, as vozes foram indo com calma. Nesse meio tempo, surgiu uma música nova, “O céu”, repetindo o processo todo, só que com o Rudson na bateria. Até que, finalmente, no primeiro semestre de 2015, veio toda a parte de finalização e o disco ficou pronto. Só faltou se organizar para lançar. Então, marcamos a data e pouco a pouco fomos divulgando nas redes sociais.

MP: Por que decidiram regravar duas músicas do EP?

Julia: Aquelas eram gravações antigas e os arranjos que usávamos já eram novos. Também pensamos que, para entrar no disco, todas as músicas deviam estar no mesmo padrão e na mesma linha de gravação.

MP: Agreste possui uma identidade muito bem definida. Foi algo discutido pela banda?

Julia: Sim, pensamos no melhor modo de ver a lógica do disco. A ideia de ser algo com “lado A” e “lado B” define bem a mudança que ocorreu na banda, que passou por um amadurecimento e ganhou uma pegada diferente.

MP: A letra de Homenzinho é muito peculiar (e divertida). Como ela surgiu?

Julia: O Berle pegou o livro Misto-Quente, do Bukowski, emprestado do Lucas e copiou a história contando em português.

MP: As músicas da banda soam modernas, desde suas estruturas até seus timbres. Quais são as influências da banda?

Julia: Temos mais influência de bandas atuais do cenário internacional como Pedro The Lion, The Strokes e Yuck, mas também contamos com a inspiração vinda de bandas nacionais como O Terno.

MP: Como vocês enxergam toda essa movimentação de artistas independente?

Julia: Temos visto muita gente gravando aqui em Maceió, se esforçando, fazendo apresentações e abrindo novos lugares legais para tocar. O pessoal está indo mais a shows autorais, dando valor e a gente fica feliz com isso tudo.

MP: Quais são as expectativas para a divulgação e a turnê de Agreste?

Julia: Nós estamos recebendo propostas e nos organizando para rodar pelo Agreste, literalmente. Esperamos que a recepção do público seja boa e que isso chame a atenção para escutarem a banda não só por um dia.

MP: Como vocês apresentariam a Troco em Bala para quem não os conhece?

Julia: A gente põe para tocar numa festa sem ninguém perceber e se parecer que alguém curtiu, começou a dançar, balançar a cabeça, algo do tipo, a gente vai lá e fala: você continuaria escutando essa banda mesmo se ela se chamasse Troco Em Bala? Se a pessoa responder sim, enchemos ela de link. Se a pessoa disser não, o Berle vai lá encher de carão (risos).

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