Entrevista: Toodar

03 de julho de 2012. Este foi o dia em que eu conheci pela primeira vez, ao vivo, os ingleses do Toodar. A banda nasceu em Londres, mas conta com o apoio de músicos de outros lugares da Inglaterra. O show que vi foi no batido Café 1001, uma casa de shows na região de Brick Lane (uma área conhecida por ser habitada por indianos e por possuir algumas pessoas tão estilosas quanto em Candem Town). Na oportunidade, eu estava como vocalista da minha atual banda, Bristol, e dividimos palco com eles. Toodar é uma banda recente, vem de 2010 e não passou de alguns EPs lançados e uns shows feitos por lá. Entretanto, 2012 foi um ano em que as coisas melhoraram. A Rádio BBC os convidou para tocar no BBC Endiburgh Festival, um evento destinado à comédia, cujo Toodar deu o ar da graça com as músicas.

O que me encantou nos quatro (hoje só dois!) foi à sonoridade, obviamente. Tom, o vocalista, tem uma voz típica inglesa, carregada de melancolia com sutileza, e a bateria não nos remete a nada de Beatles, Oasis, Coldplay ou algo do gênero que vem estourando no Reino Unido – ou até mesmo do famoso “britrock/britpop”. O ritmo é quebrado, horas até parece um soul, horas um drum & base.

Hoje o Toodar se desmanchou. Restaram apenas os integrantes oficiais, Tom e Isabel, que me concedeu uma entrevista sobre os projetos da banda. Se você está à procura de coisas novas, esta é uma ótima oportunidade. Confira a entrevista traduzida.

Música Pavê: Conte para os brasileiros quando vocês tiveram a ideia de montar o Toodar?

Isabel: O Toodar começou com Tom escrevendo e gravando as canções em 2010.A banda gradativamente foi crescendo e aí me encontraram, gravei o primeiro EP, Red. Eu entrei na banda agora em 2012 e a banda acabou se tornando eu e o Tom, sempre contamos com o apoio de outros músicos.

MP: E como as canções são feitas? Quais as referências de vocês?

Isabel: Nós escrevemos e gravamos em casa e normalmente começa com voz, piano ou um violão. Nós amamos o pop dos anos 80, como Michael Jackson, Kate Bush e Peter Gabriel, além do dance music dos anos 90, como Faithless. Também gostamos de coisas modernas como Germany’s Appart.

MP: Vocês estiveram no festival da BBC em Endiburgh (Escócia). Como o convite surgiu?

Isabel: Nós fomos a atração principal do segundo dia. E, nossa, como foi divertido! O convite veio sem a gente esperar por meio de um produtor que é um grande fã da banda. Aliás, nós esperamos estar com eles de novo!

MP: Como o público vem reagindo ao Toodar? Eu digo isso porque vocês tem um estilo peculiar, com baterias quebradas e uma voz bem serena do Tom.

Isabel: Não sei responder essa! Nós estamos mirando um objetivo para fazer algo que contagie o público, mas gostamos de um pouco de emoção.

MP: Vocês estão trabalhando de maneira independente ou já tem gravadora?

Isabel: Nós trabalhamos por nós mesmo, mas nós temos um suporte, como por exemplo, nós usamos o Theo PR como assessoria de imprensa para releases, e temos uma distribuidora de músicas que se chama AWAL. Nós temos sorte de ter um homestudio em que gravamos o último EP, mixado lá também.

MP: Vocês acreditam na famosa onda “do it yourself”? Não é difícil construir uma base de fãs quando você tem que fazer tudo sozinho?

Isabel: É extremamente difícil. Eu sinceramente gostaria de gastar meu tempo escrevendo e sendo criativa, mas você tem que focar nos negócios. É um tanto frustrante, mas nós buscamos olhar numa maneira criativa de fazer negócios para sentirmos menos a pressão.

Mais da Toodar: Facebook | Soundcloud

Curta outras entrevistas exclusivas no Música Pavê

Compartilhe!

Shares

Shuffle

Curtiu? Comente!

Comments are closed.

Sobre o site

Feito para quem não se contenta apenas em ouvir a música, mas quer também vê-la, aqui você vai encontrar análises sem preconceitos e com olhar crítico sobre o relacionamento das artes visuais com o mercado fonográfico. Aprenda, informe-se e, principalmente, divirta-se – é pra isso que o Música Pavê existe.