Entrevista: Tokyo Savannah

tokyo savannah

A menos de dez dias de sua apresentação na versão brasileira do Lollapalooza, é lançada Wolves, nova música da Tokyo Savannah – um daqueles nomes que todo mundo que conhece acaba citando como “uma banda boa que você precisa ouvir” de vez em quando. Este será o primeiro single de seu segundo álbum, que sai ainda em 2013.

Tivemos a oportunidade (palavra escolhida meticulosamente para não dizer “honra”, “privilégio” ou “chupa, concorrência”) de ouvir a faixa dias antes e conversar com Chico Mitre, guitarrista e vocalista do grupo, sobre o momento agitado da carreira e este lançamento – que vem acompanhado de clipe e ganhará um lado-B em breve.

Música Pavê: Em uma primeira impressão, logo de cara, a gente sente uma vibe mais dark em Wolves, quase que outro tipo de energia das músicas do primeiro álbum. Parece uma força acumulada prestes a explodir a qualquer momento. É assim que vocês se sentem quando passam um tempo sem lançamentos?

Chico Mitre: Talvez! (risos) Esse foi nosso primeiro lançamento no formato single. Nosso primeiro disco saiu todo de uma vez, ninguém nos conhecia e praticamente não houve um lançamento oficial. Ele simplesmente apareceu. Desta vez resolvemos fazer diferente e apostamos nesse lance de single. Vamos ver no que dá. Essa música, Wolves, é mais raivosa mesmo, mais power e mais lenta do que estão acostumados a ouvir do Savannah. Serve para mostrar que não fazemos só uma coisa. A banda evolui muito, principalmente com a entrada do Snoopy na bateria e algumas composições tomaram formas inesperadas, até para nós. Quando começamos a compor as novas canções, não sabíamos como elas seriam. Temos um disco inteiro já escrito, e tem músicas parecidas , ou pelo menos no mesmo estilo das do disco de estréia. Escolhemos Wolves justamente por ser um pouco diferente, mas como você pode ver não tiramos o pé!

MP: Hoje, com facilidades de home studio e um crescimento grande do número de profissionais da área, vocês se sentem pressionados a gravar e lançar novidades com uma frequência maior?

Chico: Acho importante a banda lançar coisas inéditas, ou clipes, ou qualquer coisa para manter a banda viva, mostrar atividade. A pressão por enquanto vem da gente mesmo. Chega uma hora que você sente que é o momento de mostrar o que a banda anda fazendo.

MP: Como tem sido os processos de escolhas para o novo material do grupo? O que vocês queriam com essas novas músicas?

Chico: Acho que faz um ano mais ou menos que começamos a compor e focar nesse processo. Estamos satisfeito com grande parte das composições. Dificilmente desistimos de uma música antes de esgotarmos as possibilidades. Para o novo álbum, do qual Wolves fará parte, já temos quase tudo pronto. Poucas composições foram descartadas. E como disse acima, o que queremos é mostrar a evolução da banda, mostrar que continuamos sendo uma banda de rock’n’roll e atingir mais fás do gênero mundo afora.

MP: Qual é a diferença de voltar ao estúdio e preparar um novo disco não mais como uma novata, mas como veterana? O que mudou nesses anos desde a estreia?

Chico: Nosso primeiro disco foi uma outra experiência. Além de ser o primeiro, nós gravamos ao vivo. Foi um verdadeiro show privado no estúdio YB em São Paulo, com platéia e tudo. Dessa vez, optamos por fazer algo mais elaborado. Então, apesar de alguns overdubs no primeiro álbum, nós, como banda, não tivemos a experiência de gravar separado e tal. Portanto, de certa forma, seremos novatos outra vez.

MP: No Lollapalooza, a banda se apresentará ao mesmo tempo que Holger, uma favorita do público. Por que vale a pena optar pelo show da Tokyo Savannah?

Chico: Acho que se você gosta de rock’n’roll, punk rock, garage, algo mais enérgico, não tenha dúvidas que seu lugar é no Palco Alternativo às 13h15 no dia 29 de março, no Jockey Club! Ou, se simplesmente quiser assistir a um show sincero de rock n roll, animado e pra frente, venha!

MP: O que você acha que a TS tem em comum com as outras bandas do festival? E o que tem de mais diferente?

Chico: Acho que o Savannah é o representante do rock underground nessa edição. Nunca pensamos em cantar em português sobre amores adolescentes para alcançar rádios e páginas na Capricho. Somos uma banda de rock e se estamos crescendo é porque as pessoas se identificam com a gente por causa disso! A gente escuta Stooges, Ramones, AC/DC, MC5, Black Sabbath, Sonics, Clash, Chuck Berry, e por aí vai. E, apesar da não copiarmos nenhuma dessas bandas, nosso som é fruto delas. Agora, de coisas em comum, imagino que todas as bandas amem música.

MP: E o que podemos esperar da Tokyo Savannah para 2013?

Chico: Podem esperar uma banda ativa, produzindo, lançando discos e lutando por seu lugar no cenário.

Baixe Wolves no player abaixo e curta mais de Tokyo Savannah no Música Pavê.

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