Entrevista: Mordomo

Mordomo-entrevista

É com a premissa da verdade que os mineiros de Belo Horizonte Bernardo Dias e Fernando Persiano entram em um novo desafio em suas vidas, a banda Mordomo. A parceria entre os dois é antiga e, depois de dez anos à frente de outro projeto musical, o bem-sucedido Vitrolas, encontraram na liberdade de opiniões um som contemporâneo que brinca sem se sentir definido.

A música da banda atravessou a cidade e encontrou nas parcerias – parcerias de peso, como A Fase Ros, por exemplo – a liberdade de criação para conceber seu primeiro álbum, também chamado de Mordomo.

Tivemos a sorte e ganhamos de presente uma das canções do álbum, ainda não lançado, para disponibilizar com exclusividade. E é no embalo da canção Musley que o Música Pavê trocou uma ideia com essa banda incrível.

Música Pavê: Qual é a maior dificuldade de se entrar em um novo projeto? Isso foi pensado ou tudo foi se encaminhando para novas experiências?

Mordomo: O Mordomo foi consequência natural da pausa em 2013 do Vitrolas, grupo do qual fazíamos parte. No primeiro momento, recebemos um suporte muito bacana de amigos em várias áreas da produção. As coisas foram fluindo de maneira dinâmica e natural no nosso processo de criação e gravação. As dificuldades reais de mercado começam de agora em diante. Fazer com que o trabalho tenha o máximo de visibilidade possível entre público e mídias especializadas é o primeiro desafio. Em um segundo momento, será circular com esse trabalho. Levar o som ao encontro direto do público ao vivo talvez seja o grande desafio. Essas dificuldades não são específicas de um novo projeto. Até mesmo uma banda com alguns anos de estrada se depara com esses mesmos obstáculos quando o assunto é distribuir e circular com um novo álbum.

MP: Se vocês pudessem definir Mordomo, como seria?

Mordomo: É fruto da criação de duas pessoas apenas. A diferença de se criar em banda é que, quando entramos para um estúdio, cada músico quer criar a sua linha, quer o seu instrumento sendo apresentado de maneira mais especial. Trabalhando em dupla, percebemos que as linhas de cada instrumento foram criadas e arranjadas para satisfazer as necessidades das músicas (e não dos músicos). Nosso álbum homônimo é extremamente melódico, lúdico, simples e intuitivo, pautado na canção, com melodias e harmonias essencialmente brasileiras, mas que eventualmente se misturam a elementos de outros estilos.

MP: Vitrolas é uma banda conhecida e tem canções incríveis. Gosto muito de Ela, por exemplo. O que os antigos fãs podem esperar da Mordomo?

Mordomo: Os compositores do Mordomo são parte do Vitrolas, por isso é perfeitamente possível a identificação de um trabalho com o outro. O que nos diferencia é também o processo de criação dos arranjos. Em uma banda, a gente entra no estúdio e a música vai nascendo com todos dando a sua contribuição. No processo do Mordomo, a música foi sendo montada. Sonoramente, o Vitrolas se pautava com mais força no rock. O Mordomo aponta para outra direção, com uma postura mais contemporânea e diversificada no sentido de mesclar sonoridades de épocas e estilos diferentes.

MP: Mordomo reuniu nomes importantes da cena musical de Belo Horizonte. O que eles trouxeram para esse novo trabalho?

Mordomo: Cada músico trouxe consigo a sua personalidade dentro do estilo que toca, passando pela timbragem de seus instrumentos e experiências sonoras vividas. Isso contribuiu para uma pluralidade ímpar na sonoridade do disco. De maneira geral, os músicos convidados conduziram as canções, da qual fizeram parte, para lugares que eu e Fernando não levaríamos. Confiamos nesse espírito coletivo do disco e ficamos felizes com a generosidade de todos que estiveram conosco.

MP: Quais são as expectativas e o que vocês esperam para depois do lançamento do álbum?

Mordomo: Após anos de experiências com o Vitrolas, algumas bem-sucedidas, outras bem frustrantes, conseguimos não depositar uma responsabilidade no Mordomo que fosse muito além de fazer música – da maneira mais leve e genuína possível. Mas isso foi durante o processo de criação. Agora, depois do álbum pronto, o resultado nos empolga muito a levá-lo para o maior número de pessoas possível. Estamos justamente nesse ponto do processo: pensando na melhor forma de apresentar o disco ao público, seja a partir do download que iremos disponibilizar gratuitamente no nosso site, em shows Brasil afora e por meio de videoclipes. Vamos cair na estrada, logo menos, e a liberdade que temos de experimentar vários formatos, por sermos apenas dois, é ainda mais interessante.

Curta mais entrevistas exclusivas no Música Pavê

Compartilhe!

Shares

Shuffle

Curtiu? Comente!

Comments are closed.

Sobre o site

Feito para quem não se contenta apenas em ouvir a música, mas quer também vê-la, aqui você vai encontrar análises sem preconceitos e com olhar crítico sobre o relacionamento das artes visuais com o mercado fonográfico. Aprenda, informe-se e, principalmente, divirta-se – é pra isso que o Música Pavê existe.