Entrevista: Alex Boyd

Nessa nova onda de música soul e r&b, Alex Boyd desponta como uma das vozes que mantém esses estilos vivos em novas composições. Ele começou como um hit do MySpace (na época em que essa rede estava em alta) e logo conseguiu um produtor bacana e um contrato com a lendária RCA/Jive, apenas a gravadora com maior tradição no gênero, casa de gente como Alicia Keys, D’Angelo, Etta James e Diana Ross. Com o lançamento do single Light Up Tonight (que entrou para a trilha do jogo The Sims 3), Alex teve exposição e reconhecimento garantidos pela Web, com destaque para o público brasileiro, que logo virou fã de seu trabalho. Com o primeiro disco em desenvolvimento, o músico conversou com o Música Pavê sobre o que significa estar na posição de ter um contrato assinado com uma grande gravadora hoje em dia. Aproveite e baixe a faixa-título de seu álbum, Commit Me.

Alex Boyd – Light Up Tonight

Música Pavê: Muitas pessoas veem um contrato com uma grande gravadora como uma grande conquista, mas você consegue um e é aí que o trabalho começa, não é mesmo? Como foi para você ser contratado pela RCA/Jive?

Alex Boyd: Ter um contrato com a RCA não é nada menos que uma honra e uma benção, não apenas por que eu respeito a empresa, mas por causa das pessoas incríveis com quem eu tenho a oportunidade de trabalhar. O clima do mercado hoje é imprevisível, muitos artistas não precisam de um contrato com uma gravadora para atingir seus objetivos. Por exemplo, Allen Stone chegou ao segundo lugar das vendas de discos de R&B na iTunes Store e ele é totalmente independente. Assinar um contrato pode ser bem assustador, mas só se você assinar com uma gravadora que não te entende. A RCA/Jive é a casa perfeita pro meu álbum, eles me entendem e me deixaram fazer o disco que eu queria fazer.

MP: Quanto tempo faz que você está trabalhando nesse seu primeiro álbum? Da mesma forma, com tanto empenho para ele ficar pronto, você acha que ele vai sair com aquele gostinho de “conquista”, mas ele vai ser só o começo de mais uma jornada, e não o destino final?

Alex: Eu assinei o contrato em meados de 2010. Naquela época, Andy Rose e eu já estávamos trabalhando na sonoridade do meu primeiro disco há quase três anos. Leva muito tempo para você encontrar o seu som. Algumas pessoas nunca tem a sorte de encontrá-lo. Se não fosse por ele, eu não sei se eu teria achado o meu. E a jornada é tudo o que existe, não tem um destino final. Se houvesse, então isso significaria que ia chegar uma hora em que eu não fizesse mais música. Eu não quero isso!

MP: Como é o seu trabalho com Andy Rose? Quanto ele acrescentou ao seu repertório?

Alex: No momento, meu álbum tem onze músicas. Dez delas foram produzidas pelo Andy Rose e nove delas foram co-escritas por ele. Ele é meu braço direito no projeto.

MP: Você tem desde atuação até ópera em seu currículo. Como você acha que essas experiências todas acrescentaram artisticamente ao trabalho que você faz hoje?

Alex: No final das contas, as estrelas de verdade são muito mais do que apenas músicos ou apenas atores. São entertainers, pessoas que nos inspiram, pessoas que admiramos. Eu me sinto sortudo por ter tido a oportunidade de experimentar coisas tão diferentes e ter começado no show business tão novo. Essas experiências me dão a confiança de fazer aquilo que eu faço melhor: entreter. A música pode ser o início da minha carreira, mas ela não termina aí.

MP: Que você tem ouvido recentemente? Você sente que cresce mais como músico ouvindo artistas dentro do seu gênero ou uma variedade maior de estilos?

Alex: A música já atendeu diferentes propósitos na minha vida ao longo dos anos, eu tive que aprender a ouvir pelos mais diferentes motivos. Alguns ouvem música como uma forma de estudo, alguns ouvem por alguma espécie de terapia, outros porque tal música é cool e te dá um senso de identidade dentro de um círculo social. Eu já ouvi música por todas essas razões em um momento ou outro. No momento, eu tenho ouvido música por felicidade. Esse é o meu [objetivo] número 1 na vida. Sou afetado por tudo o que eu ouço, gostando ou não. Com isso, eu tenho que ser cuidadoso com o que eu coloco nos meus fones de ouvido. Um dia eu posso estar ouvindo Westside Connection e no próximo, as gravações de Robert Shaw. É só manter o olho no alvo, e o alvo é a felicidade.

MP: O MySpace, e a Internet como um todo, teve um papel muito importante na sua carreira. Como as redes sociais afetaram a maneira que você ouve música hoje?

Alex: As redes sociais fizeram algumas coisas maravilhosas e outras horríveis para o mercado fonográfico. Como um fã de música, eu adoro a facilidade de encontrar artistas novos e interessantes a um clique de distância. Vários blogs ajudam a expor ótimas músicas novas. Acho que os blogs são o futuro, os novos desbravadores da música.

MP: Você gravou uma música em simlish, a língua do jogo The Sims 3. Como foi a experiência?

Alex: Foi ótimo, hilário, muito divertido! Eu tive a oportunidade de gravar no famoso Studio A da Capitol Records. Foi um ótimo dia.

MP: Por que você acha que tem uma resposta tão positiva dos brasileiros ao seu som? 

Alex: Acho que os brasileiros sabem dar uma chance à música de verdade, à música nova. E blogs como o Papelpop foram uma ajuda enorme para expor o meu trabalho. Não vejo a hora de visitar vocês!

Alex Boyd – Light Up Tonight (acústico)

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