Dicas de Discos do Mês: Junho/2024

Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, fica aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.

Os pavezeiros indicam obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.

Eis as dicas de junho de 2024.

Charli XCX – Brat

Brat é aquele momento da festa quando o efeito do álcool começa a passar e você começa a refletir sobre a vida entre as danças”. Entre tantos comentários e críticas sobre o último trabalho da artista britânica, talvez o que o usuário @stroervor escreveu em um vídeo do YouTube seja o melhor resumo sobre o disco. Mesmo despindo Brat de todas as camadas de marketing muito bem feito, a música feita por Charli XCX, com coprodução de A.G. Cook, merece todos os louros que vem recebendo. Somando a habilidade da artista em criar batidas contagiantes com momentos de vulnerabilidade e letras sensíveis, o disco mostra que Charli está no seu auge. A repetição de versos em B2B que remetem aos ciclos de um relacionamento tóxico, os sintetizadores em Club Classics que fazem referência aos clássicos da música Disco, a distorção nos vocais de So I que transmite perfeitamente a angústia de Charli pela perda da amiga, Sophie. O álbum conta com uma produção sofisticada, mas se mantém divertido e acessível, como deve ser a boa música pop. (Guilherme Gurgel)

Alfie Templeman – Radiosoul

De carona no que meu amigo disse acima, diversão e acessibilidade estão de mãos dadas com um alto nível de qualidade aqui também. Impressiona lembrarmos que este é o terceiro álbum de Alfie, que hoje está no auge de seus 21 anos e ostenta uma discografia muito mais interessante que outros tão mais experientes. Da psicodelia da faixa título ao refrãozão de Eyes Wide Shut, das camadas imersivas de Vultures à presença de Nile Rodgers em Just a Dance, o músico britânico evoca Prince, Gorillaz e tantos outros nomes que admiramos em uma obra que parece homenagear o legado do pop radiofônico. (André Felipe de Medeiros)

L’Impératrice – Pulsar

Da mesma forma, o terceiro álbum da banda francesa é um mergulho em tantas referências que moldaram a música ocidental nas últimas décadas, do europop ingênuo à disco cheia de segundas intenções. Pulsar é cheínho de deliciosos clichês de um grupo parisiense blasé com vocalista feminina, e mais gostoso ainda por saber dosar todos os maneirismos que o influenciaram. A sequência Love From the Other Side, Danza Marilù (com a italiana Fabiana Martone) e Any Way (com Maggie Rogers) é uma das melhors do ano. (André Felipe de Medeiros)

Pato Fu + Orquestra Ouro Preto – Rotorquestra de Liquidificafu

E já que o assunto da vez é honrar o passado, a banda mineira revisita sua discografia nesta companhia mais do que merecida. A orquestração soprou novos ares para canções como Antes que Seja Tarde e Canção pra Você Viver Mais, que parecem ter sido feitas para receber esse grande volume sonoro. Da mesma forma, é difícil conter o sorriso ao escutar faixas como Made in Japan e Água, que já nos fizeram sorrir tantas vezes, nesse formato. Imperdível. (André Felipe de Medeiros)

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