Dez Discos que Resumem 2016

Os melhores álbuns são sempre aqueles que vemos como obras inteiras, como livros ou filmes. Eles contam uma história, constroem um clima, ou passam uma mensagem e ficam marcados para além apenas de suas faixas.

Dos tantos discos excelentes lançados em 2016, eis os que a equipe Música Pavê apontou como os que mais se destacaram no ano.

(Acompanhe mais do especial Resumão 2016 no Música Pavê)

BaianaSystem – Duas Cidades

“Há um tempo, acabou aquele papo que da Bahia só vem Axé. Duas Cidades é o álbum que colocou BaianaSystem em uma evidência maior e uma das melhores surpresas do ano. O som da banda é pesado, carregado de elementos que, apesar de dialogarem com a música brasileira e com a estrangeira, não deixam de lado suas raízes baianas. A percussão e a guitarra do estado estão presentes e são parte marcante da sonoridade do disco” (William Nunes)

David Bowie – Blackstar

“Escrever sobre David Bowie nunca é fácil, primeiro porque é uma lenda, e segundo porque, para quem é fã de música, como eu e você, falar de alguém que não está mais aqui é doloroso. Blackstar foi mágico, extraordinário, impressionante e outros 100 adjetivos. O camaleão fez de sua morte um momento de libertação. Cada letra e acorde ali mostram o quão incrível foi este artista” (Rubens Filho)

Alicia Keys – Here

“As características mais marcantes de Alicia Keys estão em Here. Canções que nos remetem a uma pegada mais gospel, com a voz da cantora se sobressaindo em uma base sólida de bateria e piano, especialmente. Não há dúvidas de que Alicia carrega consigo um forte influência de artistas negros e, neste álbum, conseguiu expor isso de maneira bem direta” (William Nunes)

Radiohead – A Moon Shaped Pool

“Esse ano de tanto luto e luta ficou ainda mais simbólico com um disco novo de Radiohead, que entregou talvez sua obra mais emotiva e menos hermética até aqui. Pegando um pouco de elementos e pistas de toda sua extensa carreira – e até resgatando músicas bem antigas que nunca haviam sido gravadas – A Moon Shaped Pool soa tanto como capítulo final quanto como recomeço” (Luis Gustavo Coutinho)

Céu – Tropix

Tropix, disco que rendeu um Grammy para Céu, brinca com a batida eletrônica ao mesmo tempo que possui uma sonoridade popular, no melhor sentido da palavra. O álbum traz um ambiente mais soturno para a voz da artista, que canta sobre o que parece ser diversas fases de sua vida. É interessante ver como, mesmo explorando novos sons, o disco ainda tem uma delicadeza singular de Céu”

Solange – A Seat at the Table

“Questões de raça permearam 2016 por inteiro, em grande parte com debates provocados pela música. Em um ano que teve Alicia, Common, Chance The Rapper e a irmã Beyoncé, Solange conseguiu se destacar com um álbum contestador, moderno, sofisticado e longo, embebido em um discurso de empoderamento de quem não costuma ter lugar na mesa do poder. Entre os muitos pontos altos, Cranes in the Sky, Don’t Touch my Hair e F.U.B.U.” (Nathália Pandeló)

Liniker e os Caramelows – Remonta

“Esse era um disco que muita gente esperava. Remonta finalmente trouxe a voz forte de Liniker em um trabalho completo. Soul, R&B, groove… o som (e mesmo a voz) de Liniker lembram muito Tim Maia – mas não se limita à isso. Remonta é contemporâneo, com passagens mais dinâmicas e que passeiam por vários assuntos, sempre com uma intensidade muito forte. Um belo disco de estreia” (William Nunes)

Wado – Ivete

“Quem acompanha a carreira de Wado sabe o quanto o artista gosta de imprimir histórias, ou conceitos, inteiros em cada um de seus álbuns. Unindo seu espírito indie DIY ao axé e ao ijexá, ele construiu uma verdadeira homenagem à música brasileira batizada com o nome da maior diva pop do país. Divertido, irreverente e musicalmente rico” (André Felipe de Medeiros)

O Terno – Melhor do que Parece

“O grupo paulistano entregou de vez o seu melhor álbum até hoje, com músicas que combinam um aspecto pop certeiro e um espírito experimental irresistível. Além de Culpa e da faixa-título, encontramos algumas faixas melancólicas, outras mais irreverentes e a singular O Orgulho e o Perdão na metade do disco, que dignifica a banda com o título de porta voz de toda uma geração no Brasil” (André Felipe de Medeiros)

Beyoncé – Lemonade

Beyoncé nos entregou, mais uma vez, uma obra prima. O álbum visual nos traz uma história de traição e perdão, nos leva a uma montanha russa de emoções intensas e nos emerge no mundo de empoderamento da artista. As músicas conversam entre si, se encaixam perfeitamente e nos contam um história do começo ao fim, na qual sentimos a raiva, a superação e o amor na pele, enquanto as letras nos trazem o poder clássico de Beyoncé, que exalta a cultura negra. Artistas incríveis participaram do álbum e, com eles, trouxeram sua essência em uma experiência musical poderosa que faz qualquer um ficar impressionado” (Carolina Reis)

(Lemonade não disponível em streaming)

Acompanhe mais do especial Resumão 2016 no Música Pavê

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