Coldplay, desafiando seus próprios limites

Três anos após o significativo sucesso global do disco Viva La Vida, que surpreendeu o grande público, a banda britânica Coldplay nos mostra que o céu não lhe é limite, nem mesmo o sistema solar, com o novo Mylo Xyloto, que de estranho só tem mesmo o nome. Após o lançamento de quatro faixas durante o ano como um aperitivo aos fãs, entre elas a envolvente Every Teardrop Is a Waterfall, a expectativa era que o que estava por vir seria estrondoso, e de fato foi.

Para inciar a obra, a faixa título, um instrumental viajante e coloridamente excêntrico, abre as comportas da represa de criatividade da banda desembocando no mar de experimentalismos de Hurts Like Heaven que não nos machuca, como o título da faixa sugere, apenas nos leva a outro patamar de sensações desconhecidas. O disco segue seu curso em faixas como a belíssima Paradise, na qual o clipe denota o peso e a grandeza da banda trazendo os músicos como elefantes, e na “U2sística” Charlie Brown,  até subir mais as montanhas e chegar ao seu ápice, como esperado, na faixa Every Teardrop is a Waterfall, que arranca suspiros não só dos fãs mais ortodoxos da banda, mas de todos que prezem pela erudição que a música popular pode alcançar. Descendo o tom, mas mantendo o nível, Major Minus se inspira no folk rock para colocar seu chapéu de cowboy montado em um elefante.

Pela estrada de Mylo Xyloto, as placas começam a indicar seu final, mas a música não perde seu pique. Isso fica claro em Princess Of China, repleta de efeitos eletrônicos e com a participação de peso da cantora pop Rihanna, que te deixa na pegada de curtir o som com amigos queridos à sua volta. Estacionando o carro (ou o elefante), o álbum termina com a agitada Don’t Let It Break Your Heart e a calma Up With The Birds (de tempos tão distintos, mas igualmente reflexivas), justamente por que depois de uma longa viagem cheia de aventuras, emoções intensas e sensações que só quem tem um coração de criança pode entender, está na hora de ir pra cama.

Mylo Xyloto é, sem dúvidas um disco extremamente coeso que mantém o seu nível nas alturas durante todo o tempo e merece seu destaque na discografia do Coldplay, e sendo o universo o limite, ao se escutar o albúm de nome estranho pela segunda vez, nós – meros mortais ouvintes – fazemos uma viagem de foguete rumo ao infinito.

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