Cinco Discos Muito do Bem

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Das maneiras que o ser humano tem de se expressar, a música sempre foi uma das mais eficazes para unir ideia e sentimento em uma mensagem agradável. É por isso que uma canção (ou mesmo uma faixa instrumental) consegue às vezes nos contar sobre nós mesmos em um nível reflexivo que um texto apenas escrito ou falado não causaria.

E se estamos sujeitos a pensamentos e sensações sempre que vamos ouvir música, é uma boa ideia escolher discos de tempos em tempos que trazem o bem não só com ótimas melodias e arranjos, mas também em uma mensagem propositalmente positiva.

Sou desses que precisam de vez em quando ir atrás de músicas que comuniquem diretamente à minha alma algumas coisas que tempos difíceis parecem nos fazer esquecer. E, em uma ideia de compartilhar algo que me faz bem e propagar mensagens positivas, separei cinco dicas altamente recomendáveis para o público do Música Pavê.

Esperança, força e fé são os temas que mais vão se repetir nestes álbuns, que tem tudo pra alegrar seu dia de dentro (de você) pra fora.

##Mumford & Sons – Sigh No More

“O amor não vai te trair, decepcionar ou te escravizar, vai te libertar” é o verso que te dá um chute no peito logo na primeira música, a faixa-título do primeiro disco do quarteto britânico que ganhou o mundo com um som tão potente quanto sua mensagem. The Cave, o grande hit aqui, repete em coro “vou me segurar na esperança”, enquanto músicas menos conhecidas não passam desapercebidas no meio do repertório, como Timshel e sua história de amizade genuína e, principalmente, After the Storm, que encerra a obra com “chegará um tempo, você vai ver sem mais lágrimas, quando o amor não partirá seu coração, mas livrará seus medos”. O mais interessante é notar que não teria outra forma de comunicar isso a não ser com a grandiosidade que o som da banda é feito. É de chorar, mas sorrindo.

(Curta mais de Mumford & Sons)

##Tiago Iorc – Zeski

Entre canções românticas ou sobre a infância, vários versos saltam aos ouvidos como pequenos ensinamentos, verdadeiras pérolas para quem quiser ouvir e aprender, seja sobre a alegria de estar vivo (It’s a Fluke), sabedoria na hora de falar (What Would You Say) ou dividir aquilo que se tem com alguém (Yes and Nothing Less). Não bastasse tudo isso, Um Dia Após o Outro vem como uma coleção de conselhos e consolos (“E se tropeçar, do chão não vai passar, quem sete vezes cai levanta oito”) e as duas versões cover ao final, Música InéditaTempo Perdido contemplam a vida ao falar de um futuro imprevisto e de um passado tão recente que se confunde com o agora. Se você estiver disposto a reparar, tudo leva à reflexão.

(Curta mais de Tiago Iorc)

##Bowerbirds – The Clearing

Por mais consciente que você seja sobre a morte – sua ou de quem está à sua volta -, alguns acontecimentos fazem essa reflexão ganhar uma dimensão mais próxima de vez em quando. Foi o que aconteceu com Phil e Beth quando o casamento dos dois parecia terminar e, ao mesmo tempo, uma enfermidade quase tirou a vida dela. Foi ali no hospital que duas novas chances foram dadas para o casal e o resultado da experiência foi um disco que fala sim sobre o medo da perda, mas também da alegria de poder estar vivo. É uma visão sempre realista, sempre otimista e sempre sedenta pela vida, ainda que ela seja dolorida.

(Curta mais de Bowerbirds)

##Castello Branco – Serviço

“Amar jamais será demais” – criado entre o mosteiro e a cidade grande, o músico reuniu crenças e aprendizados em seu primeiro álbum solo, um trabalho que impressiona pela beleza e encoraja com suas palavras. “Viver gera necessidade”, “amar quem não me acrescenta” e “ainda há quem possa nos salvar” são algumas das mensagens que ficam dessas faixas e você vai notar que as instrumentais aqui acabam comunicando as mesmas coisas. É tudo muito sensível, muito humano, mesmo que com essa sensação de “essa sensação de estar no mesmo teto, mas não estar pisando o mesmo chão”.

(Curta mais de Castello Branco)

##Lauryn Hill – Unplugged 2.0

Isso não é um mero álbum, muito menos um “acústico” qualquer. Em uma hora e 45 minutos, a cantora compartilha sua fé e sua caminhada espiritual em canções voz e violão e em longas conversas com o público. É um olhar crítico sobre a sociedade, a humanidade como um todo e a nociva religiosidade. Gosto particularmente de quando ela fala sobre identidade, dizendo que Deus fez cada um de um jeito único e a religião diz que você tem que ser de um jeito padronizado e, em outro momento, sobre como as pessoas não permitem que você seja quem você é, brincando que não tem como ela deixar dois terços de si mesma do lado de fora e entrar para fazer o show sem estar inteira, sem ser ela mesma. Lauryn canta que “eu saio de todas as suas caixas, você não consegue me segurar em suas correntes” para expressar a prisão de repressão que vivemos quando não aceitamos quem somos. E tudo vem naturalmente, como uma grande conversa com o público presente, e sempre dá a sensação que você está ali participando daquilo – e integralmente, como você é e tem a liberdade de ser. De lavar a alma.

(Curta mais de Lauryn Hill)

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