A Estreia de Onagra Claudique nos Palcos

Já contei esta história em algumas ocasiões, inclusive para Roger e Diego – que formam a dupla Onagra Claudique -, e chegou a vez de contá-la no Música Pavê: Estava eu em um fim de tarde de um dia muito ocupado no Monkeybuzz quando recebo um email – dentre as dúzias de emails diários de bandas – que me chamou a atenção pelo nome incomum e o texto poético do release. Ouvi as três músicas do EP A Hora e a Vez de Onagra Claudique de uma só vez, virei e disse: “Ok, precisamos publicar isso aqui agora”.

Essa história gerou outras, como a quando conheci o Roger pessoalmente e brinquei que esse era o único disco que eu tinha inteiro no celular (piada infame que fiz questão de repetir quando conheci Diego), ou quando ouvi Arrebol (a nova música do duo) em primeira mão em uma gravação para a MonkeyTV (spoiler!), e todas elas desencadearam no que aconteceu na noite de 9 de outubro de 2012: A estreia da banda nos palcos, logo no Sesc Pompeia (para quem não é de São Paulo e não conhece o local, basta dizer que o show do sábado anterior na casa foi o de Thiago Pethit).

O misto de responsa e gratidão do show era sentido primeiramente na plateia, formada principalmente por amigos, admiradores e apoiadores do projeto, que assistia orgulhosamente a Onagra Claudique subir ao palco acompanhada de tecladista, baixista e baterista.  Os rapazes sorriam espontaneamente de pouco em pouco tempo, seja no meio da música ou nos intervalos entre faixas. Se alguém “caísse de paraquedas” na apresentação, logo perceberia que tantas demonstrações de alegria denotavam a importância do momento.

No repertório, as três músicas de A Hora e a Vez (duas delas acompanhadas de Mauro Motoki, produtor do EP), Arrebol, covers de Simon & Garfunkel e Belle & Sebastian e várias outras canções reveladas, seja de primórdios da banda ou feitas justamente para essa noite. Houve até espaço para músicas bem “das antigas”, retiradas do passado punk dos músicos e reinseridas no contexto Onagra Claudique, um desfecho muito divertido para o show.

Voltando propositalmente ao tom pessoal do texto, preciso dizer que assisti tudo bem ali em frente ao palco como plateia mesmo, sem credencial nem nada (por isso as fotos de baixa qualidade feitas com celular que ilustram o artigo), feliz da vida por poder compartilhar o momento com os meninos. E o propósito de voltar à tal pessoalidade nesses parágrafos é que, ao longo desses pouco mais de cinco meses em contato com as músicas da Onagra Claudique, de fato já tenho muitas histórias para contar sobre apenas as três faixas do EP.

Nem me refiro às que contei no começo, ou à vez que mostrei Umwelt para o Tiago Iorc e ele ficou maravilhado, mas tenho em mente todas as vezes que os versos e melodias da dupla me acompanharam como amigos em ônibus lotados e correrias cotidianas, me relembrando que dá para respirar beleza em meio a tudo isso com os fones de ouvido plugados.

Onagra Claudique, timidamente, virou parte da minha história em 2012, e ver tanta gente cantando e sorrindo com orgulho dos meninos naquela noite de outubro acabou virando uma grande história compartilhada (parte minha, parte deles para mim) que só me fez querer sorrir ainda mais – e não é sempre que me envolvo tanto com uma banda, seja a ponto de decorar as letras de um disco inteiro (a mesma piada pela terceira vez, me desculpem) ou de escrever um artigo inteiro tão em primeira pessoa. Só me resta encorajar você, leitor, a se relacionar também com a arte de Roger e Diego – e, aos dois, meus agradecimentos por tanta inspiração: Valeu!

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